Notícia

Confira o resumo do 2º dia do Proclamai 2025

 

Com desafios missionários vindos de contextos de guerra, perseguição e transformação social, o segundo dia do Proclamai 2025 mobilizou os participantes para ouvir o chamado de Deus e se engajar na missão. Testemunhos impactantes e momentos de consagração marcaram a programação desde as primeiras horas do dia.

 

Nos dias 1, 2 e 3 de maio, a Junta de Missões Mundiais realiza o Proclamai 2025, na Igreja Batista do Recreio, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. Com o tema “Em todas as gerações proclamai”, baseado em Salmos 145.4, o congresso reúne batistas de todo o Brasil em três dias de oração, louvor, inspiração e compromisso com a missão de Deus no mundo.

 

A manhã começou com uma devocional conduzida pelo pastor Heber Aleixo, 1º vice-presidente da Convenção Batista Brasileira. Ele destacou que a Grande Comissão não é um chamado para alguns, mas para todos os salvos: “O ide não é para alguns corajosos, mas para todos os salvos.” Segundo o pastor, “o envio para nós, que somos servos de Jesus, é inegociável.” Ele também alertou para o perigo das distrações: “Não é falta de chamado, é distração. O quanto nós temos perdido por estarmos distraídos para o que o Senhor nos chama para fazer?”

 

Na sequência, a missionária Analzira Nascimento, com anos de atuação na Angola, trouxe a mensagem “O chamado em meio às ruínas – Servindo em tempos de guerra e paz”. Ela destacou a importância da vocação bem definida e da sensibilidade aos sinais dos tempos: “Missão é tudo o que Deus quer fazer no mundo e está fazendo agora e nos chama para participar disso”. Falou sobre a necessidade de líderes vocacionados em tempos de crise, criticando a busca por fama nas igrejas: “Temos vários líderes em várias igrejas, mas estão preocupados em serem famosos e não em liderar.” Analzira fez um apelo direto: “Senhor, não me deixe de fora do que o Senhor tá fazendo no mundo. Porque missão é isso. É tudo o que o Senhor está fazendo agora.” Incentivou os jovens: “Já começa a se preparar, já faz um inglês, já estuda. Seu treinamento já começou.”

 

A missionária Terezinha Candieiro, líder da Estratégia Missionária para Infância, reforçou a importância de incluir as crianças na missão: “Jesus coloca a criança em um local de valor. Ele dá dignidade às crianças.” E completou: “As crianças também precisam da graça de Deus e podem proclamar essa graça a todos os povos!”

Na parte final da manhã, o diretor executivo da JMM, pastor João Marcos Barreto Soares, conversou com Haniel Schucman, campeão mundial de jiu-jitsu e filho de judeu. Haniel compartilhou sua trajetória e falou sobre seu tempo em Israel com a família. O pastor João Marcos finalizou com uma frase de impacto: “Aquilo que você tem nas mãos é o que Deus vai usar.”

O missionário Joseph Curt, atuante no Sudão, encerrou a manhã com a mensagem “A fé resistente – O Evangelho no meio da guerra no Sudão”. Ele compartilhou seu testemunho de conversão e destacou: “Eu acredito na Igreja local e que Deus vai mandar obreiros daqui para outros lugares.” Ele fez um forte apelo: “Se você não for, Deus levantará outra pessoa para ir, pois a obra não vai parar.” E completou: “Você é chamado a ser um portador do Evangelho nestes tempos. Seja uma voz de esperança e luz na escuridão.” Joseph expressou gratidão à JMM: “Desde 2007, eles têm me apoiado. Eu não conheço 15 pessoas que me ajudem assim, mas agora vejo os rostos de vocês e sei que vocês me ajudam.” Ele encerrou com uma oração pelo Sudão: “Senhor, torna-nos fiéis no Sudão. Enche-nos de ousadia, sabedoria e esperança.” Após a palavra, o pastor João Marcos fez um apelo, e muitos responderam ao chamado missionário, indo à frente em um momento de consagração.

 

Oficinas

O período da tarde foi dedicado a oficinas temáticas, oferecendo aprofundamento em diversos contextos e estratégias missionárias.

14h às 15h30:

  • Missões na Diáspora Chinesa: Uma Janela Aberta para o Evangelho

  • Desafios e Oportunidades na Evangelização dos Povos Islâmicos

  • Voluntariado e Missão: Impactando Vidas em Curto Prazo

  • Defesa de Direitos e a Missão da Igreja

  • Sudão – Missões em meio à guerra e perseguição

  • Retalhos – "Histórias que Marcaram o Campo"

  • Arte e Missão

16h às 17h15:

  • Os Últimos 17: O Desafio de Alcançar os Povos Não Alcançados no Vietnã

  • Plantação de Igrejas entre Muçulmanos em Contextos Urbanos

  • Imersão: A Escola de Missões Que Te Prepara Para o Campo

  • Mobilização Missionária: Da Conscientização à Ação

  • Irã – A Igreja que Cresce Apesar da Perseguição Extrema

  • Missiologados – "Contextualização e Cosmovisão: Como o Evangelho Enfrenta Narrativas Culturais Locais"

  • Arte e Missão

 

Culto da Noite

A programação noturna teve início com a devocional do pastor Ruan Noce, da PIB de Belo Horizonte, baseada em Mateus 28.18. Ele reforçou que a autoridade para fazer discípulos vem do próprio Cristo: “Fazer discípulos não é algo que devemos fazer com ansiedade no coração, mas, sim, com muita ousadia e coragem.” Alertou também para o discipulado superficial: “Na maioria das vezes essas pessoas foram domesticadas e não evangelizadas. Fazer discípulos é apresentar Jesus Cristo.” E concluiu: “Não há privilégio maior do que fazer parte do que Deus está fazendo.”

 

Alexandre Magnani conduziu o momento de louvor, entoando “Até que Ele Venha”, canção que se tornou símbolo das campanhas de Missões Mundiais, entre outros louvores.

 

Hoang Ramos, missionário com experiência no Vietnã e atualmente atuando na Malásia, compartilhou sobre o trabalho com os “últimos 17” povos não contactados. Após anos de missão, anunciou: “Agora não há mais nenhum grupo não contactado no Vietnã.” Sua atuação inclui uma escola de futebol com mais de 300 alunos. “Não somos nós. É Ele fazendo. É o Espírito Santo nos conduzindo.” E reforçou: “Nós, nessa geração, temos que entender o nosso papel.”

 

Mônica Felícia, gestora de defesa de direitos da JMM, destacou o trabalho missionário na prevenção de abusos e violência: “Onde houver um missionário batista, deve haver um lugar seguro.” Ela falou sobre o acolhimento de crianças e vítimas de violência: “Nossos missionários ajudam essas crianças a respirar, pois estão sufocadas em trevas. Jesus transforma qualquer vida.”

 

Peter Wong, missionário da China, visitando o Brasil pela quinta vez, deu um testemunho de fé e perseverança. Ele relembrou quando recebeu uma Bíblia dos batistas brasileiros e como isso impactou sua vida e ministério: “Você tem que se tornar a pessoa certa para o que Deus quer fazer.” Peter destacou o crescimento da Igreja na China, com mais de 200 igrejas em 50 cidades: “Na China temos muitos líderes que amam Jesus. Isso é a Grande Comissão pulsando em nós.” Ele também compartilhou sobre o envio de um casal chinês ao Peru, que em um ano espera realizar o que não foi feito em dez: “Nós precisamos acreditar para onde o Evangelho quer nos conduzir. Deus está nos chamando para viver a cultura do Reino.”

 

Estevão Júlio, jornalista na Convenção Batista Brasileira