Notícia

“Gostaria muito que 100% das nossas Convenções pudessem apresentar pedido de ingresso de suas Igrejas”

No dia 15 de abril, durante a edição do programa “Batistas em Pauta”, apresentamos o processo de trabalho da Comissão de Apoio às Igrejas. Convidamos o pastor Samuel Lopes, relator da Comissão, diretor-executivo da Convenção Batista do Mato Grosso e 2° secretário da OPBB, para compartilhar sua experiência sobre esse ofício.

 

Quais são as principais atribuições da Comissão de Apoio às Igrejas?

“O papel principal da nossa comissão tem sido - e louvo a Deus por isso - apreciar os pedidos de solicitação de ingresso de novas Igrejas na Convenção Batista Brasileira. Cabe a esta comissão emitir parecer sobre o ingresso ou desligamento de Igrejas do rol cooperativo. Também devemos dar parecer à cooperação de outras organizações missionárias e internacionais. Compete à esta comissão analisar as metodologias de trabalho de Igrejas provenientes de outras organizações e ministérios não integrantes da Convenção Batista Brasileira. Assessorar o diretor executivo nas pesquisas realizadas junto às Igrejas pertencentes à Convenção Batista Brasileira, com o objetivo de aperfeiçoar o trabalho cooperativo. Essas são as principais atribuições da nossa comissão”.

 

Quantos membros ela tem e qual a função de cada um?

“A Comissão de Apoio às Igrejas conta com cinco membros efetivos, sendo um deles o relator. Todos os membros desempenham a mesma função. Portanto, todos nós seguimos na mesma direção, com o mesmo objetivo. A função do relator é apresentar o parecer dessa Comissão tanto ao Conselho Geral quanto à Assembleia da Convenção Batista Brasileira. Hoje, tenho a alegria e a honra de trabalhar com o pastor Davidson Pereira de Freitas, da Convenção Batista Carioca; o pastor Samuel Esperandio, da Convenção Batista Pioneira; o pastor Rui Gonçalves Ferreira, da Convenção Batista do Pará; e o pastor Josué Moura Santano, da Convenção Batista do Tocantins. Esses quatro são membros do Conselho, juntamente comigo, e compõem o atual Conselho da Comissão de Apoio às Igrejas, junto ao conselho geral da Convenção Batista Brasileira”.

 

O que a Igreja precisa ter para ser filiada à CBB?

“Primeiramente, é crucial que a Igreja esteja organizada. É necessário que a Igreja seja efetivamente independente, tenha deixado de ser uma Congregação local ou uma missão Batista, e tenha se tornado uma Igreja organizada. Quando a Igreja está organizada, ela se torna uma pessoa jurídica e precisa possuir um CNPJ ativo. Posteriormente, ela precisa solicitar seu ingresso por meio de um formulário específico à Convenção Batista Brasileira. Além disso, a Igreja deve apresentar uma cópia da ata de sua fundação, na qual é deliberado o pedido de ingresso na Convenção Batista Brasileira. Ou seja, é necessário ter uma pessoa jurídica, preencher o formulário de ingresso, apresentar a ata de fundação e o pedido de ingresso devidamente registrado em cartório. Outro requisito é apresentar uma cópia do estatuto registrado em cartório e o cartão do CNPJ. Os documentos ficam arquivados na CBB, pois, após serem recebidos em uma Assembleia, a Igreja é cadastrada como membro da Convenção Batista Brasileira”

 

Quanto tempo o processo leva para aprovação ou não da Igreja?

É um processo tranquilo entre CBB, Igrejas e Convenções Estaduais? “O processo é geralmente tranquilo e não apresenta grandes dificuldades. As eventuais complicações surgem durante o tempo de apreciação do pedido, o qual varia conforme a Assembleia. Portanto, o tempo necessário para o processo dependerá do momento em que os documentos forem efetivamente recebidos pela comissão para análise. Até o momento, todo o processo que pude acompanhar tem sido completamente tranquilo”.

 

Compartilhe um processo de filiação ou outro apoio que te marcou.

“A Igreja Batista Calvário - GO. Essa Igreja marcou porque o processo dela se estendeu por um período considerável, e isso porque não estava devidamente em conformidade com os requisitos necessários para a sua admissão. Mas agora, em 2023, ela foi recebida em Foz do Iguaçu - PR, como uma das Igrejas da Convenção Batista Brasileira. Então, essa Igreja me marcou. Por isso, acabei constituindo uma amizade com algumas pessoas envolvidas no processo. Pacientemente, a Igreja aguardou e, finalmente, em 2024, em Foz do Iguaçu, ela foi recebida na Convenção”.

 

Quantas Igrejas foram recebidas na última Assembleia da CBB?

“64 Igrejas de 14 Convenções. Aliás, permitam-me fazer uma observação, gostaria de chamar a atenção para os executivos da Convenção Batista Brasileira. Algumas Igrejas se organizam e se emancipam sem solicitar formalmente sua filiação à CBB. Por que isso é importante? Primeiramente, na comissão, tenho visto solicitações de ingresso de Igrejas organizadas nos anos de 2001, 2002, 2005 e 2010. Em segundo lugar, observo isso com frequência aqui no estado: Igrejas que se organizam, mas não formalizam sua filiação, embora se considerem parte da Convenção Batista Brasileira. Portanto, é essencial que os executivos trabalhem para garantir que todas as nossas Igrejas organizadas solicitem formalmente sua filiação à CBB. Elas podem fazer parte em termos práticos, mas não em termos legais, já que apenas os membros da CBB podem participar das assembleias. Seria de grande importância aumentar esse número. Eu gostaria muito que 100% das nossas Convenções pudessem apresentar pedido de ingresso de suas Igrejas para nós termos o maior número possível”.

 

Como a Comissão tem lidado com os novos modelos de Igreja que tem surgido, e consequentemente chegam ao contexto Batista?

“Até agora, não recebemos nenhum pedido de filiação de uma extensão, filial ou campus avançado na CBB. Se recebermos, vamos dar o encaminhamento necessário, apreciar, emitir um parecer e encaminhar para o Conselho Geral, que decidirá se a questão será levada à assembleia geral. A regra é clara: para ser considerada uma Igreja, ela precisa estar organizada. No entanto, acredito que em algum momento teremos que lidar com uma situação como essa.

 

Em Assembleia de CBB e reuniões do Conselho, já vimos casos de Igrejas sem uma “mãe”. Como esses casos são tratados?

“No inciso três do Regimento Interno, a Comissão analisa metodologias de trabalho de Igrejas oriundas de outras organizações e ministérios. Não foi um pedido único, mas vários pedidos de Igrejas que não tiveram uma Igreja mãe, ou seja, projetos missionários que foram organizados sem uma Igreja mãe específica. Diante desses pedidos, a comissão os encaminha para o Conselho Geral. Lembro-me que em maio de 2023, a comissão emitiu um parecer sobre essa questão. Nos nossos documentos constitutivos, não está especificado que a Igreja que solicita filiação deve ter uma Igreja mãe. Existe apenas um formulário que pergunta o nome da Igreja mãe. Isso gerou discussões, tanto no Conselho quanto na Assembleia. No entanto, nas últimas vezes em que a Comissão apresentou Congregações que se organizaram sem uma Igreja mãe pedindo filiação, elas foram recebidas tanto pelo Conselho quanto pela Assembleia e integradas ao rol de Igrejas da Convenção Batista Brasileira. Não há impedimento para que uma Igreja sem Igreja mãe seja recebida pela CBB como parte das Igrejas participantes”.

 

Quais os principais objetivos da Comissão até a próxima Assembleia da CBB?

“Como acabamos de sair de uma Assembleia, houve uma renovação do Conselho e das comissões. Portanto, as comissões foram renovadas, agora tenho novos colegas trabalhando comigo na Comissão. Na próxima reunião, certamente apresentaremos um relatório”.

 

Este texto foi composto a partir do episódio 34 do Batistas em Pauta, programa semanal da CBB em parceria com a Rede 3.16. Acesse esta e outras entrevistas no canal da CBB no Youtube: www.youtube.com/@ConvencaoBatistaBrasileira.

 

Isabelle Godoy

estagiária no Departamento de Comunicação

da Convenção Batista Brasileira*

*Sob supervisão de Estevão Júlio,

jornalista da Convenção Batista Brasileira