“O diácono que voava”: Pr. Diogo Carvalho lança livro sobre diácono que aprendeu a pilotar aviões pela causa missionária
No dia 07 de junho, na Villa Leta, em Monte Verde - MG, foi realizado o lançamento do livro “Verner Grinberg: o Diácono que voava”, escrito pelo pastor Diogo Carvalho, gerente de Desenvolvimento da Junta de Missões Nacionais (JMN).
A obra conta a inspiradora história de Verner Grinberg, um diácono dedicado que serviu com humildade e fé, deixando um legado que ultrapassa as fronteiras da cidade que ajudou a fundar.
O evento reuniu jornalistas, empresários, parentes de Grinberg e outros fundadores de Monte Verde — um dos destinos turísticos mais procurados do Brasil — em um momento de gratidão e celebração.
Durante o lançamento, o pastor Diogo Carvalho destacou que toda a renda obtida com as vendas será destinada a Missões Nacionais, permitindo que o legado de Verner Grinberg continue abençoando a obra missionária.
Nós conversamos com o pastor Diogo Carvalho sobre o livro e seu processo de criação, objetivos e muito mais. Confira a entrevista.
O que despertou seu interesse na figura de Verner Grinberg durante a elaboração da série Vidas que inspiram?
Esse interesse veio ao editar o primeiro volume da série, sobre Lewis M. Bratcher, líder de Missões Nacionais nas décadas de 1920 a 1950. Ali, tive contato com o nome Verner Grinberg a primeira vez. Era um empresário e piloto de Minas Gerais que colocou seu avião particular à disposição do Dr. Bratcher para transportá-lo aos campos missionários no interior do país. Mais tarde, ao recordar a história da Operação Jesus Transforma, deparei-me novamente com Grinberg, como o piloto da viagem exploratória que Samuel Mitt, então líder da Junta, empreendeu na década de 1970 à região da Transamazônica. Então, tive uma pequena noção do tamanho da contribuição de Grinberg, com seu transporte aéreo, para a expansão da obra missionária no Brasil. Eu simplesmente tinha de estudar mais acerca dele.
Como foi o processo de pesquisa? Quanto tempo durou até a finalização do livro?
Quando decidi escrever o livro, de fato, eu já tinha coletado alguns dados sobre Grinberg que apareciam na biografia do Bratcher e na revista A Pátria para Cristo. Segui vasculhando os números da revista de 1950 a 1980, em busca de novas informações. Cada nova pista foi revelando caminhos empolgantes. Cheguei ao livro de Osvaldo Ronis sobre a imigração leta (Uma epopeia de fé), que menciona Grinberg e a trajetória de seus conterrâneos no Brasil. Outros livros também contribuíram, os quais aparecem na minha bibliografia. A internet também ajudou bastante. Por meio dela, descobri que Grinberg é conhecido como o fundador da aprazível Monte Verde, no Sul de Minas Gerais. Essa descoberta me levou a ir até lá, conhecer e entrevistar moradores que o conheceram, inclusive parte de sua família. Por fim, fiz contatos com Igrejas Batistas nas cidades por onde Grinberg passou em busca de documentos, no que fui sempre bem atendido. Essa jornada de pesquisa longa, mas prazerosa, durou seis meses, aproximadamente. Quando reuni material suficiente, gastei cerca de um mês para escrever o livro.
O que o levou a destacar o momento em que ele aprendeu a pilotar um avião para a missão?
No livro, contou como e por que Grinberg aprendeu a voar. Mas o que mais cativou meu coração foi notar o quanto ele acelerou a obra missionária nos dias de Bratcher pela disponibilização de seu avião e suas habilidades de piloto. Quem já leu “O apóstolo do sertão” tem uma noção do tamanho dos desafios que precisavam ser superados para percorrer os interiores do Brasil na primeira metade do século 20. Em certa viagem que durou seis meses, Bratcher usou trem, automóvel, cavalo, barco a remo e navio a vapor. Chegou em casa irreconhecível, de tão debilitado. Aí, de repente, aparece na história o dono de um avião particular disposto a carregar Bratcher ao norte do país para visitar os campos com uma mobilidade e velocidade nunca experimentadas e sem cobrar um centavo de combustível ou manutenção! É ou não é de emocionar? Não é exagero dizer que, com seu avião, Grinberg mudou o ritmo da evangelização do Brasil.
De que forma você espera que a história de Verner Grinberg inspire diáconos, voluntários e missionários hoje?
Grinberg não era um missionário formalmente nomeado (embora, a certa altura, sua imensurável contribuição levou Missões Nacionais a honrarem-no, e à esposa, Emilia, como Missionários Honoríficos). Porém, como diácono e empresário, ele colocou tudo o que tinha a serviço de Deus e da causa missionária nacional e internacional. Foi um diácono na melhor acepção da palavra: viveu para servir. Minha esperança e oração é que, por meio de biografia de Verner Grinberg, muitos cristãos entendam que, independentemente da posição que ocupem na igreja e na sociedade, sempre haverá lugar para atuarem em favor de missões, desde que, assim como Grinberg, apresentem aquilo que têm nas mãos para Deus usar.
Qual foi a parte mais emocionante de escrever esse livro?
Que pergunta difícil! Vou separar duas coisas. A primeira foi sentir, em cada história que li, o amor que Grinberg tinha por missões e pelos missionários que transportava. Ele não se via como parte importante na missão. Para ele, o mais valioso eram os missionários. Sua humildade servil era constrangedora. Em segundo lugar, algo recente, foi o acolhimento que recebi em Monte Verde no dia do lançamento do livro naquele lugar. Foi maravilhoso sentir-me abraçado por aquela cidade tão especial. Ali pude dar o testemunho do amor de Grinberg por Jesus e das marcas que ele deixou para além do Sul de Minas. Fica a dica: visitem Monte Verde!
Louvamos a Deus por esta história, que fortalece a visão missionária e o chamado ao serviço.