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Etiqueta e ética na comunicação virtual

A comunicação virtual nos ajuda a acompanhar a dinâmica da vida contemporânea, mas, por ser impessoal, requer cuidados especiais, pois é comum a disseminação de polêmica e maledicência nas redes sociais na internet. Há mensagens ríspidas, cujo teor, de tão ácido e aquecido, poderia incendiar toda a rede de fios e antenas por onde passa. Começar uma polêmica pela internet é, no mínimo, inconsequente. Além de documentar o seu destempero, pode-se ser processado hoje por danos morais.

 

Sem contar os e-mails e outros contatos pelo WhatsApp sem resposta, simplesmente porque o destinatário não tem o hábito de informar que recebeu a comunicação.

 

E, se for e-mail, há também o caso de um provedor “decidir” não entregar ou mesmo não receber a mensagem, por alguma regra que algum engenheiro de sistemas criou para filtrar a mensagem. Dura coisa é cair na lista de “spam”. Se o assunto for importante, é sempre bom confirmar com o destinatário o recebimento da mensagem.

 

E o que dizer do uso dos “emoticons”, aquelas carinhas para expressar sentimento? Alguns emoticons são motivadores, outros sarcásticos, provocadores. Mas há também o “bullying” virtual, em que a história de uma pessoa é violentada e denegrida.

 

Alguém que agride outra na internet, se escondendo por trás do teclado ou da tela em que escreve no celular e o usa como arma, pode ser considerado um “covarde virtual”, pois é fácil destruir relacionamentos, agredir o próximo à distância — coisa que nem sempre faria pessoalmente, face a face. Esse anonimato virtual é um dos piores tipos de covardia.

 

Seguem dez dicas de refinada etiqueta que podem ajudar a comunicação virtual:

 

1. Se alguém lhe enviar mensagem aguardando resposta, confirme o recebimento, mesmo que você ainda não tenha a resposta, esteja você em qualquer cargo que estiver numa organização. Neste caso, apenas diga que recebeu e que, quando tiver resposta, irá retornar, ou mesmo que não tem uma informação no momento para dar. E aqui há pessoas que aproveitam o recurso do WhatsApp em ocultar se leu ou não. Em minha opinião pessoal, me pergunto se isso não seria algo como alguém que está tentando falar comigo, olhando para minha face, e eu nem olho para ela. Você pode até falar que tem esse direito, mas aqui não se trata de direito, e sim de etiqueta. Ser líder hoje exige coragem em se comunicar e em compreender que os outros precisam saber que você leu e tem uma resposta — até mesmo para informar que não tem uma resposta ou que aquele assunto não é de sua competência. É o princípio da transparência e objetividade. Novamente afirmo: é meu jeito de pensar.

 

2. Não responda de imediato mensagens tensas; retarde a resposta para esse tipo de comunicação, deixe a “poeira assentar”. Depois de enviado, não há mais como voltar atrás. Convide de imediato a pessoa ao diálogo, escrevendo que aquele tipo de mensagem necessita de tratamento pessoal ou que, no momento, é melhor aguardar um pouco mais para a compreensão do tema.

 

3. Como os emoticons nem sempre trazem uma mensagem clara, e como o destinatário não terá a sua expressão facial, nem seu tom de voz e as palavras, a comunicação pode ter inúmeros significados, até contraditórios. Procure escolher emoticons, termos e expressões claros e inequívocos, evitando o uso de adjetivos. Em vez de afirmar algo, procure transformar em uma pergunta para esclarecimento. Opiniões pessoais em temas delicados ficam melhores no contato “analógico” (pessoal).

 

4. Não espalhe notícias ou informações desnecessárias ou falsas (fake news), especialmente as que denigrem ou mancham a história de outra pessoa ou instituição. No caso de instituições, existem os fóruns corretos para situações como estas serem tratadas.

 

5. Evite escrever mensagens longas, a não ser que seja extremamente necessário para boa comunicação, mas com moderação. No WhatsApp, você pode dividir em mensagens breves, mas com cuidado para não provocar tantos avisos sonoros em quem vai receber a mensagem.

 

6. Quando postar um vídeo ou mensagem de áudio, coloque uma mensagem a seguir descrevendo brevemente o que está postando, e não apenas “assista ou ouça, é importante” ou “vídeo excelente”. Seja bem claro, pois, ao fazer o download (baixar) da mensagem de vídeo ou áudio, a pessoa está ocupando a memória do equipamento e se ocupando com algo que não tem certeza do que é.

 

7. Só envie mensagens realmente necessárias, não congestione a rede.

 

8. Quando você tiver algo (imagem ou documento) para enviar a um grupo, o melhor é informar por texto o assunto e, se alguém se interessar, deve lhe solicitar em particular (PVT ou private).

 

9. Para e-mails:

 

Quando tiver de enviar anexos por e-mail, lembre-se de que nem sempre são aceitos por provedores de correio eletrônico. Evite anexar arquivos grandes, coloque no Google Drive, por exemplo, e envie o link de acesso.

 

Ao redirecionar algum e-mail recebido com nomes coletivos de destinatários, envie a resposta apenas para quem lhe remeteu o conteúdo, retirando as listas de destinatários anteriores — a não ser que todos devam receber a resposta.

 

10. Para quem cria e administra um grupo de mensagens:

 

• Só crie um grupo de mensagens se você tiver tempo para gerenciar a etiqueta de seu funcionamento, ler cada mensagem etc. Legalmente, você é responsável por tudo o que acontece no grupo. Tenha sempre um segundo administrador do grupo.

 

No início do funcionamento do grupo, coloque uma mensagem com as regras do grupo e, no ingresso de novo membro, recoloque esta mensagem no grupo para que o novo integrante conheça e os antigos sejam relembrados.

 

Quando algum membro do grupo quebrar uma das regras, basta relembrar ao grupo recolocando as regras. Se houver insistência, então seria melhor retirar a pessoa do grupo.

 

Ao criar um grupo, solicite antecipadamente autorização para cada pessoa que for incluir no grupo.

 

Se houver início de alguma polêmica, acompanhe de perto. Se o assunto estiver ficando pessoal e afetando amizades, o melhor é bloquear temporariamente novas mensagens, informando o motivo e pedindo que haja respeito, dando um breve tempo para reabrir o grupo. Isso pode ajudar os participantes a refletirem sobre o andamento do assunto.

 

Dois princípios gerais para ajudar:

 

Precisamos remir e aproveitar bem o tempo (veja Efésios 5.16).

 

Objetividade e transparência: “Sim, sim; não, não, pois o que passa disso não é de boa procedência” (veja Mateus 5.37).

 

Reciprocidade: “Tudo o que você quer que façam a você, faça também aos outros” (veja Mateus 7.12).

 

Vamos lembrar que a comunicação é virtual, mas as pessoas são reais e devem ser respeitadas.

 
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